Federação Académica do Porto participa em audiência com Presidente da República
A Presidente da Federação Académica, Ana Gabriela Cabilhas, reuniu no passado dia 18 de outubro com o Presidente da República, a Ministra da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Professora Doutora Elvira Fortunato, e o Secretário de Estado do Ensino Superior, Professor Doutor Pedro Teixeira, juntamente com os restantes representantes das outras Associações e Federações Académicas do país.
Na audiência foram abordados os principais desafios dos estudantes a nível nacional, bem como das Instituições de Ensino Superior, atendendo ao contexto atual.
A FAP iniciou a sua intervenção com um alerta – múltiplas decisões públicas são tomadas sem a real consciência do impacto no futuro dos mais jovens, como acontece na gestão das finanças públicas, na luta contra as alterações climáticas ou na criação de condições para a emancipação jovem. O desemprego jovem é quase quatro vezes superior ao desemprego total e o trabalho precário é uma realidade.
Depois, a FAP lembrou-me a condição de democracia ameaçada em que vivemos, pelo populismo, pela desinformação, aos quais se somam os regimes autoritários, totalitários e repressivos, que vão voltando a imperar. Os jovens têm um papel crucial na defesa pela democracia, mas, para esta ser defendida, tem de ser exercida, nomeadamente nas Instituições de Ensino Superior. Assim, não basta ouvir a voz dos estudantes, afirmou a FAP. É preciso que estes ocupem os lugares de decisão e esse foi o principal pedido:
• Reforçar as Universidades e Politécnicos como escolas de liberdade e cidadania, promovendo a sua democracia interna;
• Reforçar a participação efetiva da juventude nos espaços de decisão, para influenciarmos e decidirmos sobre leis e políticas que nos afetam diretamente, diminuindo o nosso sentimento de impotência e de desalento;
• Reforçar o diálogo em detrimento da guerra entre gerações, formando coligações de interesses tendo a juventude como propósito comum, reforçando a democracia e evitando extremismos.
«É preciso pensar nas gerações seguintes e não nas eleições seguintes. Caso contrário, corremos o perigo de lançar os jovens para um paradigma anti-sistema, individualista e reacionário pela precaridade crescente das trajetórias pessoais e profissionais.», concluiu Ana Gabriela Cabilhas, presidente da FAP.