Comunicado: Queima das Fitas do Porto 2020

Se a história é cheia de desafios à Humanidade, em 2020 vivemos um dos que ficará nela. A pandemia de COVID-19 teve a capacidade de, em pouco mais de 3 meses, impor mudanças colossais no nosso bem mais precioso, a nossa forma de viver. O mundo está a mudar e, naturalmente, todos somos, e devemos ser, parte dessa mudança. Havendo várias formas de fazer parte da mudança, a mais difícil de assumir será sempre a de ir mais além e dar o primeiro passo. Mas é nesta forma, revestida de consciência e ponderação, que a FAP quer fazer parte da mudança e da adaptação.

Num cenário de incerteza de quando poderá ser retomada a atividade letiva, de quais serão os novos calendários académicos, de quando será contida a pandemia, a Direção da FAP, pela postura responsável que nos é exigida e por nós assumida, tem que construir soluções e tomar decisões com base na certeza. Só desta forma podemos dar garantias aos quase 70.000 estudantes que são representados por nós.

Como foi noticiado, e dito por nós, a organização da Queima das Fitas do Porto decorreu sempre dentro da normalidade, mas sempre acompanhada por uma avaliação de risco, quer do ponto de vista logístico quer do ponto de vista social. Este cuidado foi todo sustentando pelo significado que o evento tem para toda a Academia do Porto e para a Cidade do Porto. Com o agravamento da pandemia, agravou-se o cenário de preocupação social e todas as medidas anunciadas pelo Governo vão ao encontro de uma postura de isolamento social, evitando aglomerados de pessoas. Agravou-se o grau de incerteza para cenários alternativos, por via de falta de hipóteses significativas para novos calendários académicos. Esgotou-se, por isto, o tempo para adiar a tomada de decisão.

Posto o acima dito, e resultado de uma decisão ponderada, conjunta e tomada depois de esgotadas todos os cenários de alternativa, deliberou a Direção da FAP, com o apoio das suas Associações de Estudantes, cancelar a Queima das Fitas do Porto 2020. Mais do que a tristeza que esta decisão possa deixar em cada um de nós, que respiramos a Academia do Porto, que temos carinho pelas nossas gentes e pelas nossas tradições, devemos ficar com o sentimento de dever cumprido: o dever de sermos um exemplo, de sermos cuidadores de nós e dos outros e de sermos jovens sem medo de fazer o certo mesmo quando é o mais difícil. Esta decisão é o mote para dizermos presente quando mais precisam de nós.

Por fim, e porque de cabeça levantada é que seguiremos caminho, a Direção da FAP reconhece e valoriza o trabalho dos clínicos que estão a acompanhar o processo, muitos deles estudantes da nossa academia e reforça a importância das medidas de controlo. A partir de agora, as prioridades serão assegurar o regresso seguro a casa de quem esteja em mobilidade e/ou deslocado (e ainda o bem-estar dos permaneçam nas residências estudantis) e mobilizar esforços para que o ensino à distância se consubstancie da forma mais inclusiva e alargada possível.

Nós também faremos a nossa parte, e é por isso que este ano, o Nosso Porto de Encontro é #ficaremcasa.

Somos Academia!

 

Marcos Alves Teixeira,

Presidente da Direção da Federação Académica do Porto

 

Documento oficial disponível aqui.