𝐈𝐧𝐨𝐯𝐚𝐜̧𝐚̃𝐨 𝐏𝐞𝐝𝐚𝐠𝐨́𝐠𝐢𝐜𝐚: 𝐯𝐞𝐧𝐭𝐨𝐬 𝐝𝐞 𝐦𝐮𝐝𝐚𝐧𝐜̧𝐚 𝐧𝐨 𝐄𝐧𝐬𝐢𝐧𝐨 𝐒𝐮𝐩𝐞𝐫𝐢𝐨𝐫

A Federação Académica do Porto lançou na passada sexta-feira, dia 5 de novembro o estudo “Inovação Pedagógica: ventos de mudança no Ensino Superior”, com o Posfácio de Alberto Amaral, que contou com a presença do Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Professor Doutor Manuel Heitor.

O Estudo Completo pode ser consultado aqui

A Presidente da FAP, Ana Gabriela Cabilhas, denota que “Esta obra serve para dar voz a agendas menos debatidas como a da inovação pedagógica e para afirmar o potencial do inconformismo dos estudantes para fazer progredir o Ensino Superior. A inovação deve ser assumida como um pressuposto da política e das práticas educativas”.

O estudo integra um conjunto de três inquéritos aplicados a mais de 2000 estudantes da Academia do Porto: o primeiro de junho de 2020, na sequência da transição forçada para o ensino online de emergência, o segundo entre setembro e novembro de 2020, quando o ensino presencial foi retomado, mas combinado com o online, também aplicado a docentes, e o terceiro já em 2021, aquando da retoma das aulas presenciais após um segundo período de confinamento.

A FAP quis conhecer o impacto do confinamento na condição económica dos agregados familiares dos estudantes; saber se a conectividade à internet e os equipamentos e acessórios informáticos foram adequados para acompanhar as aulas, se o acesso a apoio psicológico foi suficiente, bem como,  aferir a perceção sobre métodos pedagógicos e de avaliação aplicados no ensino online.

O estudo inclui também dois capítulos dedicado à aceleração do processo de digitalização e à inovação pedagógica no Processo de Bolonha, sendo de realçar a oportunidade única que as Instituições de Ensino Superior têm para beneficiar do acesso a programas e linhas de financiamento, dado que a digitalização é uma resposta da União Europeia à crise económica e que após mais de 10 anos, a situação decorrente da pandemia pode ser o verdadeiro impulso à concretização do paradigma de ensino-aprendizagem que se pretendia com Bolonha.

A FAP promoveu duas conferências sobre inovação pedagógica em março e maio de 2021, na qual participaram António Sousa Pereira, João Rocha, Maria Emília Brederode Santos, Júlio Pedrosa, António Dias Figueiredo, Sebastião Feyo de Azevedo, cujas atas se encontram no estudo. Foram ainda obtidos contributos qualitativos em junho e julho de 2021, através de 16 entrevistas a antigos Secretários de Estado do Ensino Superior, José Ferreira Gomes e Maria Fernanda Rollo, docentes com funções dirigentes na Universidade do Porto e no Instituto Politécnico do Porto, distinguidos por boas práticas pedagógicas e com investigação na área e a 7 estudantes, com perfis diversos e de diferentes unidades orgânicas.

O estudo foi enriquecido com o contributo de seis personalidades, figuras marcantes do passado, presente e futuro do Ensino Superior, convidadas a escreverem seis artigos sobre a evolução recente, as expectativas, possíveis tendências e trajetórias do setor, nomeadamente Alberto Amaral (Qual o papel do ensino superior no séc. XXI?), Daniel Sá (O Ensino à Distância em Portugal), Darlinda Moreira (Universidade Aberta – contextos de intervenção atual em educação a distância digital), Maria Graça Carvalho (Que ensino superior no séc. XXI?), Isabel Moço (O Ensino Superior no pós-pandemia: desafios e ameaças), Juan Gonzalez (Desafios, oportunidades e ameaças na área da mobilidade internacional).

A obra, que conta com o mapeamento e identificação de exemplos e de boas práticas pedagógicas no Ensino Superior europeu e no sistema de Ensino Superior português, termina com a apresentação de um conjunto vasto de recomendações para um modelo de ensino e aprendizagem mais moderno, centrado no estudante e que corresponda não só às suas expectativas, mas também às de uma sociedade caracterizada por um ritmo de mudança cada vez mais acelerado.

 

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